"Há algo de profundamente inquietante na ideia de que, por debaixo de séculos de civilização, ainda lateja em nós um animal." - revela Sofia Lucas. Podemos racionalizar, debater, criar sistemas políticos e teorias filosóficas, mas no fundo a centelha que nos move é a mesma de sempre, a urgência de sobreviver, de procurar alimento, de proteger o que é nosso, de desejar o que não temos. Reconhecer isso talvez seja a forma mais radical de humanidade: aceitar que o animal em nós não é falha, mas raiz. Que não há verdadeira civilização sem o confronto com essa parte instintiva, por vezes contraditória, sempre vital.

Inclui especial Dogue.